Um projeto de melhoria contínua depende de passos a serem dados de forma planejada e robusta, levando a resultados de impacto na organização. Fazer isso está diretamente relacionado a práticas que podemos adotar à medida que projetos ou programas são realizados.
O primeiro ponto a ser observado nesta dinâmica é a necessidade de se ter um objetivo determinado que faça sentido, gerando um compromisso nos profissionais que estarão envolvidos na equipe de projeto.
Em segundo lugar vem a necessidade de estabelecer o estado atual, até mesmo antes de tentar resolver o problema ou ir a um degrau mais elevado em termos de melhoria. Medir para entender onde o processo ou o produto se encontra se torna importantíssimo porque a partir deste cenário é que desenvolvemos o projeto e assim poderemos capturar os ganhos de forma comprovada. Além de mapas e descrições, é necessário que uma base de dados com um período de tempo seja utilizada como fonte. Na grande parte das iniciativas, este tempo se concentra em um histórico de 3 a 12 meses. Menos do que o período mínimo citado, podemos contar com um nível de informação considerado superficial e acima de 1 ano podemos ter como referência um cenário que não faça mais sentido para o momento em que estamos executando o projeto.
Vale lembrar que em qualquer etapa do projeto é imprescindível que tenhamos alinhamentos de forma periódica e que as pessoas se sintam parte do processo de melhoria ou até mesmo da construção das metas. Isso vai aumentar o comprometimento do time de forma significativa, potencializando as chances de sucesso.
Dentro das condições existentes ao se estabelecer o estado atual, já poderemos identificar oportunidades de melhoria, mas é sempre importante lembrar que faremos a construção deste cenário a partir da realidade. Como processo, vamos estabelecer o que cada etapa representa e como ela é realizada, evitando o estado ideal, que por sua vez, poderá ser descrito na situação alvo. Se trabalharmos com um produto, precisamos desenvolver a sua estrutura em partes ou blocos e além disso, contaremos com análises de performance a partir de amostragens específicas, sejam elas do produto da própria empresa ou de produtos concorrentes.
O próximo passo para o sucesso do projeto será encontrar as relações de causa e efeito dos principais eventos relacionados no processo e/ou no produto a partir das atuais performances. Para isso será necessária a utilização de dados. Estes podem ser coletados com novas amostras e testes a serem combinados de forma estruturada através dos fatores (entradas) que interferem na variável resposta, que é a entrega ao cliente, seja ela de forma direta ou indireta a partir da tradução das necessidades do cliente em características a serem medidas. O objetivo final desta etapa será estabelecer o que de fato precisa ser controlado ou manipulado no sistema para garantir a sua entrega em uma relação onde no máximo 20% dos fatores nos levam a 80% da resposta, conforme o princípio de Pareto.
Com as informações obtidas através dos dados coletados agora será o momento de produzir alterações no produto e/ou no processo, fazendo com que as variáveis se traduzam em robustez de entrega, levando à uma redução de variação ou deslocando a performance do produto ou do processo de forma positiva. Estas implementações, antes de serem definitivas, merecem uma atenção no que se refere às amostragens finais a serem realizadas em testes ou pilotos para se consolidar a performance em pequenas partes ou lotes menores, quando em um processo produtivo, por exemplo.
Tendo em mente que todas as etapas foram realizadas baseadas em dados, agora sim, teremos a implementação final, que pode ocorrer em períodos de até 3 meses, em projetos simples que não requerem investimento. Em projetos onde temos grandes investimentos, isso pode levar até 18 meses para acontecer. Tendo estes períodos como referência, é sempre importante desenvolver soluções que não venham a ter a necessidade de estar combinadas para acontecer e neste formato será possível antecipar entregas e gerar contribuições complementares que se somam desde a primeira modificação até aquela que consolida a entrega total do projeto.
Ao se ter as modificações implementadas será o momento de capturar os ganhos, gerando estabilidade nos números finais, o que é feito através do monitoramento do desempenho ao longo de 3 a 6 meses pelo próprio time de projeto e pelas pessoas que contribuíram com o processo de aprendizagem desde o início do projeto. Após este período é esperado que a operação cuide da melhoria implementada de forma autônoma, seguindo padrões e utilizando os mesmos para treinamentos periódicos. Desta forma a melhoria será consolidada e um próximo incremento de resultado será considerado na iniciativa seguinte. Aos poucos a cultura é implementada e os resultados aparecem em níveis cada vez mais importantes.
Para chegarmos em resultados consistentes de forma contínua é necessário termos profissionais capacitados desde o Lean até o Six Sigma, entre profissionais relacionados à produção enxuta até os níveis de Green e Black Belt. Somente desta maneira será possível permear diferentes áreas e produzir resultados de alto impacto na organização.
Autor: Gustavo Koller
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