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A filosofia LEAN – Erros e acertos numa trajetória de transformação

A filosofia Lean está em constante mutação, ano após ano profissionais e empresas agregam mudanças na forma de aplicação e gestão enxuta e isso torna essa prática cada vez mais importante para a carreira dos profissionais e para a saúde financeira das empresas. 

Ainda há os que pensam que a transformação Lean foi feita para indústrias e que o foco é produzir algo, mas não é, o foco é atender o cliente e gerar resultados para os negócios, partindo dessa lógica, é imprescindível que haja entendimento da real abrangência dessa filosofia e de como podemos fazer uso de suas ferramentas, métodos e princípios para se alcançar o êxito, cientes de que a jornada é longa e desafiadora. 

Durante as etapas da jornada de transformação Lean é comum haver desafios e limites a serem ultrapassados, muito disso se deve ao tempo em que estamos no automático, atuando no modo tradicional e utilizando meios que sempre deram certo, o famoso ‘’sempre foi assim’’. Ao nos depararmos com esses desafios, é natural que haja dúvidas sobre o real poder dessa filosofia e suas técnicas revolucionárias, o mais importante é entender que não se trata de algo grandioso, muito menos complexo, trata-se de algo que exige esforço diário e modelo mental voltado a continuidade das coisas, preparação de pessoas e ambiente propício para que o respeito e cuidado estejam na base da estrutura organizacional. 

Durante essa jornada, é importante ressaltar que haverá erros e acertos, e ambos são importantes para o aprendizado e estabilidade desejada, é recomendável que cada iniciativa seja cuidadosamente aplicada e gerida, sendo assim aumentam-se as chances de êxito e manutenção do que se fez. Em minha jornada a frente de projetos nos mais variados segmentos, me deparei com inúmeras situações desafiadoras, erros e acertos fazem parte disso, mas sempre que busco na memória os principais aprendizados que tive, me vem rapidamente os momentos de insucesso, eles me ensinaram muito e isso me serviu de base para não errar de novo e acertar mais a cada tentativa, mas como se trata de algo vivo, é necessário estar atento, a cada desafio com certeza haverá a possibilidade de erros. Esse artigo é uma excelente oportunidade para demonstrar um pouco de cada um, erros e acertos.  

Erros: 

  1. Implantar sistema puxado em uma empresa que não deseja encarar tal desafio: 

Esse fato ocorreu em meados dos anos 2015-2016, a empresa estava desenvolvendo seu modelo de gestão, já havia Hoshin, Trabalho padronizado, GD, etc. Porém a filosofia Lean não permite a estagnação, movimentar e melhorar a cada dia é requisito básico e decidimos partir para a estruturação do sistema puxado, iniciamos com estudos de demanda, estoques, capacidade fábril, tamanho de lotes, curvas A,B,C e outras analises, quando parecia que tudo fluiria para uma implantação desafiadora, houve o rompimento, ao se deparar com o tamanho do desafio e seus riscos um dos diretores decidiu abortar a iniciativa e diante do meu esforço em defender tal ideia, todo o projeto foi colocado de lado e a continuidade não se fez possível, esse episódio me trouxe o seguinte aprendizado – para se evoluir em algo de forma profunda, é preciso saber claramente quais são os impactos e desafios que serão encontrados, caso contrário o susto poderá inviabilizar a continuidade.  

         2.Utilizar da filosofia Lean para realizar melhorias isoladas, sem ter o interesse em se criar um modelo de gestão enxuta com foco em pessoas. 

Vivi essa situação em uma empresa que desejava resultados expressivos em curto prazo, aceitei pelo desafio e pela oportunidade de mostrar que sim, é possível, mas também poder esclarecer que não é suficiente a médio e longo prazo, sem base sólida não há sustentação e não se mantém os resultados alcançados, passado 3 meses após o projeto iniciado, os resultados já eram percebidos e com alto impacto na linha de produção crítica, por fim a empresa se deu por satisfeita e finalizou ali as iniciativas, como se já estivesse satisfeita com tal resultado, paramos por ali com um índice de eficiência média de 80%, onde anteriormente era de 49%, ótimo resultado. 6 meses se passaram e novamente estávamos lá, os números despencaram para 53%, hora de reagir, meu aprendizado nesse episódio foi – Ou a gente cria uma estrutura funcional para sustentar o q faremos, ou não vale a pena iniciar algo que morrerá em 3 meses, e assim foram 5 anos de trabalho árduo e um sistema robusto de sustentação com foco em pessoas e resultados, aprendizado que jamais se esquece, tem coisas q mesmo sabendo que não vai dar certo, a gente acha que dessa vez vai dar, mas não se engane, não dará.  

 

Acertos:  

  1. Distribuir resultados com as pessoas que os constrói na operação, no dia a dia.  

Esse evento ocorreu no ano de 2012, recebi um convite desafiador para ajudar na recuperação de uma empresa, aquele momento era crítico pois a empresa estava passando por um momento de dificuldades financeiras, problemas de qualidade, gestão e alto lead time de entrega, mas vamos lá, desafios nos fazem crescer, aceitei o desafio com apenas um pedido: - minha gestão não poderá estar atrelada a nenhum outro gestor a não ser o CEO da empresa, afinal eu desejava fazer a transformação com o mínimo de barreiras nas tomadas de decisões, sendo bem claro, eu precisava de liberdade e poder para poder evoluir  num cenário complexo e caótico, foram 12 meses de muito trabalho, a primeira coisa que fiz foi conversar com todos os gestores e entender o nível de comprometimento de cada um, sendo assim pude tomar decisões e realizar algumas trocas necessárias, o objetivo era desafiador demais para se ter pessoas desalinhadas a algo tão importante, dia a dia, reunião a reunião, gerenciamento diário, A3, OEE, MASP, trabalho padronizado, takt, TPM, fluxo contínuo, cadeia de ajuda e muita conversas, pouco a pouco as coisas foram melhorando, reduzimos 14% da equipe total da empresa por necessidades financeiras, aumentamos a performance global de 43 para 83%, reduzimos o lead time de entrega em 70%, aumentamos o faturamento em 94%, a rentabilidade que estava negativa atingiu 11% em 12 meses e por fim, o mais importante e motivador, durante esse período 100% dos colaboradores tiveram seus salários corrigidos com aumentos reais e um pacote de benefícios foi alcançado por todos, afinal quem fez a diferença foram eles, esse acerto foi para mim um dos maiores aprendizados que tive, a base garante a casa em pé. Obvio que dentro desse acerto houveram erros também, mas no final das contas foi muito produtivo e impactante:  

         2. Desdobrar objetivos faz com que todos contribuam com o resultado: 

Essa definição somente se tornou possível após vários anos de aprendizado e aplicação prática, ouso dizer que a maior dificuldade das empresas é atrelar objetivos claros e fazer com que eles estejam visíveis no dia a dia, ou seja, a estratégia sendo vista na operação, nesse tempo atuando com empresas de vários segmentos aprendi o seguinte, não importa o que você faz, é possível fazer melhor e de forma organizada, quando os objetivos estão alinhados, as entregas se tornam frequentes e os resultados aparecem, meu aprendizado nesse tempo foi – desafie as pessoas e enxergarem os objetivos estratégicos e dizerem como eles ocorrerão na operação. Afinal, na vida é assim que evoluímos, com erros e acertos.  

 

Autor: Marcelo Rodrigues  

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