A melhoria contínua já está presente no seu trabalho? Como foi a implementação desta cultura na sua empresa? É possível afirmar que ela foi bem-sucedida?
Se você respondeu “Sim, parcialmente” ou “Não” para as perguntas acima, você poderia complementar com as suas impressões e na maioria dos casos vai se enxergar nos exemplos citados.
Quais são as barreiras a serem superadas durante o caminho para o início da melhoria contínua ou para um próximo nível desta cultura?
Antes de qualquer discussão, precisamos saber que há diferentes referências para a maturidade de uma organização ser considerada alta. É necessário levarmos em conta o seu segmento, o nível de tecnologia e engenharia empregados e a sua história ou origem.
Para executivos de diferentes setores, algumas vezes, já ouvi opiniões a respeito: “A excelência que quero atingir depende 100% de um conceito Lean.”. Um outro citou: “A previsibilidade do resultado do negócio nos leva ao entendimento que a melhoria contínua está, de fato, implementada.” Nenhuma das duas opiniões é errada. São pontos de vista aceitáveis. Portanto, antes de avançarmos para os obstáculos, vale refletirmos sobre o nosso estado atual e sobre o nosso estado futuro. Encare a jornada para a excelência como o estágio que se inicia no 5S e vai até a “Excelência Operacional”, com um nível baixíssimo de desperdício dentro dos limites para se manter a saúde do negócio conforme o previsto ano após ano.
Independente do cenário ou do estágio que a organização se encontra, podemos sinalizar dificuldades comuns.
Entre as top 3 estão a resistência cultural, o patrocínio de 100% do nível estratégico e a falta de conhecimento dos colaboradores e/ou líderes.
A resistência cultural, principalmente no Brasil, é resultado de como somos ensinados e educados desde a infância. Não é simples aplicarmos métodos a partir do momento que grande parte de nós é orientada a utilizar o “jeitinho” para resolver problemas. Além deste ponto, temos uma cultura onde o “comando” ou a “ordem” direciona o sistema. “Se o chefe falou, está falado. Vou fazer exatamente o que ele pediu”. Com estes dois fatores, de certa forma, somos inibidos a propor melhorias.
O fator citado por último nos leva ao próximo obstáculo: a falta de patrocínio da alta gestão. Vamos supor que temos 3 diretores. Dois deles querem implementar novos conceitos na empresa e o terceiro deseja fazer tudo igualzinho. As pessoas que estão abaixo dele vão seguir o exemplo e provavelmente repetirão o seu comportamento. Ou seja, todos os líderes precisam dar o exemplo e falar o mesmo idioma, tendo como norte o atingimento do próximo nível de maturidade e objetivos que se alinham para um futuro mais promissor. O patrocínio da alta gestão não passa apenas por dar o exemplo, mas também por prover os recursos para se entregar os projetos e estimular o avanço dos programas.
Neste ponto nos deparamos com o conhecimento ou a falta dele. É importante que seja feita uma avaliação a respeito da empresa no que se refere ao modo operante e habilidades dos seus colaboradores. Fazer melhoria contínua não é apenas dar oportunidade para as pessoas darem suas ideias. É dar condições para que todos possam se desenvolver e obter benefícios com o programa. Para isso é preciso metodologia e que esta seja aplicada de diferentes maneiras para diferentes níveis. Uma relação 50-50 entre profissionais do mercado e um time capacitado internamente pode ser uma sugestão interessante. Porém o que mais visualizamos no mercado é o desejo de se capacitar internamente. O custo é relativamente mais baixo, as equipes se alinham em termos de conhecimento e a energia despendida é reduzida quando comparada ao movimento de se desligar e contratar pessoas.
Enfim, se a sua empresa está buscando a melhoria contínua, participe ativamente deste processo. Teremos barreiras a serem superadas, alguns colegas vão resistir, talvez uma minoria dos líderes irá contra e nem todos os recursos estarão disponíveis. Contudo você pode fazer a diferença disseminando princípios, buscando novos aprendizados e evoluindo.
A melhoria contínua, quando instalada, mesmo nos seus estágios iniciais, vem pra ficar. Em estágios mais avançados o retorno à estaca zero não ocorre. A própria palavra já diz “melhoria”, algo positivo.
Autor: Gustavo Koller
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